A Literacia em Saúde emerge da necessidade de cada indivÃduo ter parte ativa na construção da sua Saúde, através de tomadas de decisão informadas e acertadas sobre Saúde.
No contexto internacional a importância da Literacia em Saúde tem sido evidenciada em estudos que revelam que a iliteracia se traduz numa baixa utilização de serviços de Saúde preventivos (Scott et al., 2002) e um aumento da mortalidade em pessoas idosas (Baker et al., 2007).
Marcus (2006) classificou a iliteracia como a epidemia silenciosa que continua a condicionar a melhoria da Saúde das populações.
Vários estudos têm apresentado a telessaúde como veÃculo para a promoção da saúde, da literacia e do empowerment para a saúde. White, Krousel-Wood e Mather (2001) efetuam uma análise à utilização da telessaúde para ensino de profissionais de saúde que estão limitados por barreiras geográficas, abordando também o potencial para uma abordagem integrada na realização de consultas, ensino ao utente, monitorização, seguimento e suporte.
No âmbito da promoção da saúde, Nakajma et al. (2007) realizaram um estudo no qual compararam um programa de promoção da Saúde comunitário baseado em terapia de grupo, com e sem apoio de teleconsultas regulares, revelando um melhor controlo do colesterol naquelas que realizaram teleconsultas.
Na área da prevenção e controlo da doença crónica, Banbury et al. (2014, 2016) apresentam o Telehealth Literacy Project, realizado na Austrália. Neste projeto, utiliza-se um programa de educação para a saúde para idosos com multimorbilidade, através de tele-educação. Outro projeto utiliza a telemonitorização e a tele-educação para crianças com Diabetes, revelando que a conjugação destas práticas pode permitir a manutenção de um melhor estado de saúde e reduzir as idas à urgência e as hospitalizações (Chorianopoulou, Lialiou e Aggelos, 2015).
Conforme sugerem os artigos citados, a telessaúde pode ser um instrumento para apoiar os cuidados às pessoas com doenças crónicas que apresentam a maior carga de doença, potenciando a melhoria do acesso a cuidados de saúde, mas também uma redução dos custos (Dorsey e Topol, 2016).
A sua utilização como instrumento promotor da autogestão da doença crónica tem sido evidenciada. A possibilidade de uma teleconsulta em tempo real ou de telemonitorização, no domicÃlio, permite um conforto e confiança que apoia o empoderamento da pessoa e promove a sua autonomia na gestão da doença (Bond, 2014).
Considerando a sua importância é essencial garantir o desenvolvimento de planos de Saúde cada vez mais centrados nos cidadãos. A centragem no cidadão implica cuidados de proximidade e a dirigidos à s suas necessidades. A telessaúde pode ser um eixo que permita cumprir este desÃgnio (Dorsey e Topol, 2016).